Nándinha

© Bartolomeu

Quando fui gaja, só me interessavam gajos românticos que calçassem sapatos de verniz azuis. É estranho mas durante esse tempo tive um número interessante de homens que reuniam esse predicados. Desde o azul-escuro, ao azul-claro, todos eles se apresentavam com sapato de verniz, todos me presenteavam com flores, com jantares em restaurantes à beira-mar, alguns surpreenderam-me com jantares em Roma, Veneza, Paris, outros com cruzeiros no Pacífico, no Mediterrâneo, nas Caraíbas. Perguntareis vós interessadíssimas: e com quantos casaste Bartolom…eia?

Pois é, a verdade é que não cheguei a casar com qualquer um dos meus apaixonadíssimos pretendentes. E vou confidenciar-vos o meu segredo. Sempre que conhecia um dos meus românticos pretendentes, iniciava-se uma fase de perfeita magia, cobriam-me de atenções, declaravam-se apaixonadíssimos, incapazes de viver sem se encontrarem perto de mim, sem que respirassem o mesmo ar que eu respirava. Mais tarde ou mais cedo surgia inevitavelmente o desejo e com ele o primeiro beijo, apaixonadíssimo, geralmente sempre acompanhado de uma joia, ora um anel de rubis, ora um par de brincos de diamantes, ora um colar de preciosíssimas pérolas. Inevitavelmente também, chegava a altura em que os meus namorados impacientes, queriam sentir o meu corpo, queriam demonstrar-me aquela virilidade de que o Angélico anjinho fala, queriam como vulgarmente se designa, “saltar-me prá cueca”. Vou ser muito sincero, é óbvio que tal como a nossa querida Maria testemunha, eu também estava mortinha por isso. Mas… acontecia que, sempre que eu cedia aos avanços mais ou menos dissimulados dos meus apaixonados amantes e eles, incapazes de suster por mais tempo os seus ímpetos masculinos e se atiravam sofregamente ao meu corpo escaldantemente sensual, ao “enterrarem” as mãos por dentro das minhas calcinhas, buscando sofregamente o meu sexo e encontravam um pau extremente duro e prestes a estoirar de tesão… davam um grito, retiravam a mão como se tivessem tocado a cabeça de uma cobra venenosa e, desapareciam imediatamente, sem tão pouco exigirem a devolução das jóias que me tinham oferecido.

Aquela atitude dos meus amantes, começou a intrigar-me, sobretudo por ser sempre tão repetida e decidi tirar esta dúvida que me preocupava. Foi então que conheci a Nándinha, uma moça que tinha chegado do Puorto para vir estudar para Lisbuoa e ainda não tinha encontrado sítio para ficar. Conhecemos-nos num bar da Expo. Logo ao princípio achei a Nándinha uma simpatia e ela áchou o mesmo de mim, conversámos muito, ela contuou-me cumé quéra a bidinha dela lá no Puorto e eu cuntei-lhe cumé quéra a minha cá em Lisbuoa. A Nándinha ficuoue abismáda. Entretanto convidei-a para ficar em minha casa, morava nessa altura num soberbo apartamento na Lapa que me tinha sido oferecido por um namorado. A Nándinha adorou a casa e declarou-me que adorava viver num sítio assim para toda a vida. Entretanto decidimos que estava na hora de nos deitarmos, mostrei o quarto ao lado do meu à Nanada e ela adorou-o, disse-lhe que podia considerá-lo como seu, demos um beijinho de boa noite e entrámos cada uma no seu quarto.

Ainda não estaríamos deitadas há 10 minutos quando estalou uma tremenda trovoada. Logo de seguida ouvi bater na porta do meu quarto. Entra, respondi. Era a Nánda, tremia como váras verdes (ou seriam azuis, envernizadas?). Perguntou se se podia deitar comigo, que sentia orrores quando trovejava. Ri-me e afastei o edredon de um dos lados da cama, por onde Nánda se enfiou, sem ser preciso convidá-la. Estalou outro trovão e Nándinha de um salto agarrou-se a mim tremendo. Para lhe tentar transmitir alguma calma, comecei a falar-lhe de alguns dos locais maravilhosos onde já tinha estado e notei que apesar de a trovoada continuar, Nándinha encontrava-se muito mais calma. Sentia o seu corpo bem de encontro ao meu, porém novo trovão ribombou, mais forte que os anteriores e Nándinha de novo aterrada quase saltou para cima de mim, ficando com uma perna sobre a minha cintura. Para tentar de novo acalmá-la passei-lhe a mão num afago pelos cabelos curtos e sedosos, depois pelo rosto e a ternura que senti por aqueles olhos lindos levou-me num impulso a beijar-lhe os lábios ao de leve, depois apaixonadamente. Nándinha correspondeu ao meu beijo, em seguida foi ela que me beijou com mais intensidade, com mais sofreguidão, os lábios, o queixo o pescoço, o peito, a barriga, rapidamente senti que me beijava o sexo, aquele sexo rijo, ardente, explosivo, que todos os meus anteriores amantes tinham rejeitado como se fosse peçonhento. Depois de se demorar alguns minutos beijando e sugando a glande do meu marsápio, Nándinha levantou a camisa de dormir curtinha, em seda azul-bebé que eu lhe tinha emprestado e sentando-se sobre o meu ventre, segurou com uma das mãos o barrote, conduzindo-o para a sua fenda que transbordava imensamente. Depois, inclinou-se sobre mim, voltando a beijar-me o peito, o pescoço, a boca, os olhos, e enquanto executava movimentos longos e profundos de vai-e-vem, sussurrou-me ao ouvido “nunca tinha comido uma gaja tão boa como tu”.

Foi assim que Nándinha descobriu a cura para o medo de trovoada e eu… descobri que afinal sou é munta lésbica!!!

[Imagens gentilmente enviadas por JJ]

A tiAmélia e o champô

Nã sê cuméqué nas casas dos oitros menina Maria, mas agaranto-lhe caqui, ê e o mê Jaramias botamos bastantes cuidados nas cabelairas. Gostemos mutes dandari co pêlo macio. E oilhe a prepósito disso, tenho que lha dezere que desdonte que ando muto feliz.

É que logo pela fresca da manhãe decedi dar um banho ò Jaramias. Aquele malvado é um doido por banho, ê é que nem sempre madesponho a darlho. Mas pronto, já o soli começava a dar ali na porta do estábalo que fica boltada prá horta e ê pinsei – lebo o Jaramias prá li e doulhuma manguirada. Já estába ca manguêra na mão cando malimbrei dum frasco de ximpó cumas garotas cá deixaram a simana passada. Diz quera um preduto novo e quera pra eu isprementar pra ver se gostaba, camaciaba o cabelo e a peli e nem sei o quê mais. E ê disse-lhes, tá bem meninas dêxem ficar, mas nã ei a pagari pôs não? Que nã senhora quera doferta, que sópois quesesse intão que lhinquemendava. Prontos intão se num é a pagari dêxem lá ficar, se bem quê pouco banho tomo qué mais um pelo Natali e se tomar mais dôs ó treis pelo ano fora já é muto, mas vá deixem lá ficar isso, pronto. E intão elas deixaramum a mim e oitro à menha cumadre Gertrudes que mora ali naquela casa lá ó cabo do caminho.

Mas cumu ia dezendo, alimbreime do ximpó e pinsei, bou mas é esprimentar no Jeremias, a ver so preduto lhe mete o pelo macio cumás garotas desseram. E se bem o pinsei, melhor o fiz. E vai dinsabuar o mê burro cuaquilo. E oilhe menina Maria, a coisa resultou, até achei munta piada porque às tantas cum a espuma caquilo fazia, o mê burro já parcia aquase um bolo danos cumberto cum aquele creme branco… ai cuméquechamam áquilo?… chantáli… é isso, chantáli. Uma prima minha qué inmigrada na francia já bai para uns 17 anos é que nas férias, cumo o garoto dela fazia anos, cunbidou-me pra ir lá a casa linchar e tinha lá um bolo desses, olhe menina Maria cumo sou uma gulosa inté lambi os dedos, quesse tal chantáli, é memo de chorar pre mais. E amenha prima qué danada prá brincadeira, cando me viu a lamber os dedos, chamoumá parte e desseme assim a modos que na mangação: sabe prima comécos fránceses questumam comer isto? ê não rapariga, intão num é assim junto cos bolos? Nã minha prima, elas as francesas besuntõe os sardos dos homes bem besuntados e óspois lambemnos todinhos. Ai cruzes rapariga, tu no me digas tal quinté me faz sintir afogueada, é berdade prima, mas inda lhe digo mais, lá as fráncesas tem o habito de se raparem por báxo, táma intinder num está menha prima? Rapam-se por báxo, mas cumo, rapam os pêlos da xôxa? Pois isso menha prima. Ai rapariga as côsas que tu me contas, intão e os homes delas gostam de as ber assim sem pelos? Gostam menha prima, inté lhe botam tambem o chánteli e támbem as lámbem todas. Ai moça tu no me digas mais nada queu inté já me tou a sintir zonza.

Bom mas boltando à coisa do banho. Estába ê toda encantada a esfregar o Jeremias e notei co magano estaba de oilhinhos fichados e assim cum ar de cunsolado, entrementes oiçolhe um barulho por baixo cumo se fosse uma coisa a xapenhar e fui logo espreitar. E não era co Jaramias estáva de bingala aprumada e a dar cum ela na barriga, assim cumo se fora um mangualde na eira a malhar no cinteio. Olhe menina Maria, foi uma felincedade tã grande que numauguentei, dei uma gránde risada e disse: Óh mê crido Jaramias que rexuscitaste, que já tachava predido pa sempre. Ai menina Maria, fiquei tã cuntentinha que majoelhei logo ao lado do Jeremias e piguei-lhe na moca cas duas mãozes e fiz-lhe festas e deilhe bêjos e xupões e sei lá mais o qûe que estáva dôdinha de sastefação. Taba eu assim a brincar co Jeremias e ele todo consoladinho, inté já estába cunseguir botar quase um palmo da bingala pela guela abáxo e cada bez parece que mapetecia botar mais, caquilo eram umas ânsias dôdas, quando sinti uma lingua a passarme pela xôxa acima, que bou-lhe ser sencera, menina Maria, nunca na bida tinha sintido um sensaçõ daquelas. Olhe bolteime pra trás e o qué queu bejo?

A menha óbelha Anastácia que tinha bindo sem eu a sintir e num sei se foi o cheiro se o raio, eu so lhe sei dezer é ca bixa tába mais cunsolada a lámber ma crica, que cando lhe dou a ração dábeia. Mas olhe menina Maria, também num a inxotei, sabe o quéqueu fiz? Puxei um becado de palha prabaixo do Jeramias, pra fazer altura, dêteme de barriga pro ari abri bem as pernas e inquanto mamaba a marreta ò Jeramias a Anastácia iame lambendo a crica, olhe menina, aquilo foi cumu se estibesse a fazeri viágens à lua umas atráis das outras. E para num lhe mintir, creio que o Jeramias se esporrou bem umas 5 ou 6 bezes na menha boca e eu ingolilha esporra toda que foi um cunsolo.

Olhe menina Maria, agora bou ber se telefono prás meninas do ximpô a incomendar uma caxa dimbalages e despois bou dar outro banho ó Jeramias, queu já estou a precisar quele me desentupa outrabez as guelas.

[Foto © Rui Takeguma, 2002, Ilha bela]

Bartolomeu e a TiAmélia do burro

Autor: Bartolomeu

Isté um abuso, acompararem o mê lindo burro Jeremias cum esse aparbalhado do Bratalameu.
Se conheço o Bratalameu? Oh meus amigos, conheço e de jinjeira, conheço eu e o meu Jeremias, o meu lindo Jeremias, o meu cumpanheiro inseparábel.

Coméqueconheci o Bratalameu? Num sei se lhes conte… inda num tenho muta cunfiança cus senhores… Tá bein eu conto, pronto, bamos a ber é so Jeremias num bem a saber disto e ainda me ferra um valente par de côcis. Intõe foi assim.

O Bratalameu binha bárias bezes à casa da menina Bánessinha, qué menha bezinha. Eu inté já o tinha bisto por aí a correr ao lado dela, sempre os dois muta cuntentinhos e assim, e sempre disse cá cus mês botões… olha este anda mas é a ber se intrepessa num calhau e aterra de queixos na Bánessinha, que cumasefora menha felhinha, de tánto que lhe quero, tadinha qué a luzinha dos mês olhos e inté já lhe tenho dito, que estou escunfiada quela corre tã bein debido a comer desde caninita os oibos das menhas galinhas.

E foi precausa dos obos que um dia o Bratalameu beio à minha casa, que foi a menina Bánessinha cu cá mándou, porque se lhe tinham acabado e ela cria fazer uma omileta pro jintar. Intão o Bratolomeu veio à menha casa e numincontrou e em lugar de sir imbora num senhora, botouse praí a cheirar dum lado pro outro e acabou por entrar no curral do Jeremias. Está mal, num tinha nada candar assim à buntade naquilo que num é dele. Resultado, eu tinha ido acumodar os animais, dar palha ao Jeremias e a raçãozinha e óspois intretiveme a brincar um bocadinho cu animal. Inda hoije estou pra saber prequê, porque o animal nunca tinha feito aquilo, o Jeremias naquel dia deu-lhe pra começar a esticar a bingala e cunto mais festas lhe fazia, mais ele arreganhava as beiçolas, intei que comecei a ficar incumudada caquilo, inté pracia cu animal estava a ficar reçaibado comigo. Mas pinsei, ora seu num sou burra, cumé co bixo podelhe tar a apetecer crica de mulher?

Mas, a curiosidade numabandonou e olhem acabei por majuelhar e pegar no stick do jeremias, e olhem foi uma gránde supresa porque o bicho quando lha peguei inte alevantou a patita para lhe micher melhor. Cumo estábamos ali só os dois, eu amais o burro, pinsei que num perdia nada se esprimentasse a berga do animal, assim fiz, primeiro, cuma achei quera grossa demais tintei metela na boca prá lambuzar bem, mas num deu, a porra era mesmo grossa, intão cuspi prá mão e tratei de lhe mulhar bem o bengalão, ósdespois alivantei a saia e meti-me de joalhos pordebaixo da barriga do burrinho, cuspi outra vez prá mão e lambuzei bem as bordas da crica. Nessaltura já o Jeremias me estava a dar marradinhas de piça nas nalgas, caquele burro é sabidão. Intão candaxei que já estava capaz de escorregar bem piguei-lhe na maçaroca e incosteia no bordâme e iame a preparar para empurrar um bocadito só para ver o infeito, mas o Jeremias apressou-se e enterrouma toda duma bez. Ai cum carago quintei pinsei ca cabeça marrabentava. Inda fiquei ali um bocado a ganhar folego e o Jeremias sempre a arrumarme ca porra pelos catrafolhos dentro e eu sem reação ninhuma deixávo arrumar que nem sabia se inda estába de joelhos ou se andába a boar pelo estáblo. Estáva naquilo amais o meu querido burrinho, quando sinti que estaba gente ao lado, olhei assim meio de esguelha e vi o Bratalomeu de pé já de piroca arreganhada boltada pra mim. Nem me deu tempo de lhe procurar o quéquecria, agarrou-me na cabeça e vai de me enfiar o bergalho todo plegoela quinté mia ingasgando. Intão já quase sem forças, quera o Jeremias por trás e o Bratalomeu pela frente, cuidei que mia a baixo das canetas, que num maguentaba, foi cando senti uma balente esguichadela pela guela abaixo e outra por detrás quinta parecia quandomarrebentaram as águas pra parir a minha Balbina.

Olhem, despois daquilo fui de gatas pra cima da palha e deixeimalificar cuase esfalecida. Estaba eu naquela meséria que quase num daba acordo de mim, veio o Bratalomeu deitar-se por trás de mim. E num é caquele malbato, aproveitado do meu estado de fraqueza, arreganha-me as nalgas e enfiame aquele macambuziu todo dumássentada só pela regueifa dentro? Eu palabras donra que se tibesse forças tinha mamandado ao home, mas cumo estába toda escanchada deixeio arrebimbar à vontade. Primeiros fingi que estaba a dromir, mas com o correr da coisa espebitei, impurreio e disse-lhe mas afenal que porra é esta? quem é que manda aqui? e escancheime em cima dele e fui eu que o encatrafiei ao meu gosto.

Mas o homem parece que nuncaselhacaba o tesõe, a seguir de me fornicar as nalgas até já num auguentar mais, alevantou-se ainda de pau feito, foise por trás do Jeremias agarrou-lhe no rabo com uma mão e ca outra segurou o malho e encavouo na peida do mê lindo burrinho. Cando vi aquilo pinsei logo. Ai Bratolomeu, vais lebar cum par de côces que nem os colhões se taprobeitam. Mas não, pra meu espanto vi o Jeremias fechar os olhinhos e aguentou até ao fim ca moca do Bratalomeu.

A porra toda é que desdesse dia o mê Jeremias nunca mais alevantou a bingala cando lhe faço festas. Inda so Bratalomeu biessa cá mais bezes… bescar oivos prá menina Bánessa…

[Imagem gentilmente enviada por Cap]

Bartolomeu e a Ritinha da Fonte

Autor: Bartolomeu


Olá, eu soue a Rita e dou-me cá Bánessa desde quéramos pitinhas, tenho muito gorgulho de conhecer a minhámiga. A Bánessa tem sido cumo uma irmán, semes tã amigas quinté pratilhames o vinbrador. Só num pratilhamos quanda Bánessa bai prás probas, mas nessaltura fico-lha temar conta do cão, o Tebias que mánda um vergalho quinté me faz alimbrar o Bartalameu.

Esse Bartalameu é fudido. Um dia que beio cá à aldeia, foi correr ca Bánessa prá eira e eu que descunfiei co gajo tebesse ándamento prá acumpanhar, fui surrateira atrás deles. E numinganei, percassim que deram duas boltas à eira o Bratalameu ficou tõe cánsado que samandou pra cima dum monte de feno preque ja nauguentava cas gâmbias. E a Bánessinha foi-lhe logo dar umas mássages nos múscalos, e eu atrás doutra meda de feno a topar.

Entrementes do maio das pernas do Bratalameu alavanta-se outra perna, só que nã tinha pé. Quando vi aquilo inté marrapiei toda, mas a minha amiga Bánessa ficou muto feliz e agarrou logo na treceira perna do Bartalameu e vai da botar na boca e ao mêmo tempo ia despindo as calças do fátreino. Quando já estába despida bi a Bánessa escáncharse incima da outra perna do Bratalameu e fez desaparecer a perna dentro dela. Depois precebi ca treceira perna do Bratalameu é que tinha muitaforça, porque ele tinha as oitras duas quietas e aquela conseguia alavantar a Bánessinha ao ar. Intão passado um bocado precebi ca Bánessinha tábárrasca, preque começou a inclinar a cabeça pra trás e a gemer e a gritar ai meu deus quele mata-me… ai que ja nã posso mais. Intão saí a correr detrás da meda da palha e fui ajudar a Bánessinha, mas ela é muta corajosa é daquelas que não desinste inté cair pró lado. Mais coitada da menhámiga, passado mais um bocado acabou mêmo por cair cumo se tibesse murrido. Mas nã tinha, e inté mademirei porque quando me biu olhou pra mim com uma carinha de sanstefeitaaaa.

Intão birei-me pró Bratalomeu e vi que o gaijo ainda estaba agarrado à treceira perna e esfregaba-a para cima e pra baxo cas duas mãos, foi intão que precebi cu pobrezinho estáva a sefrer com dores e fiz logo cumá minha amiga Bánessa, baixei as cuecas, alebantéi a sáia e assantei-me im cima da perna do Bratolomeu. Mas a malbada inda estába cheínha de froça e mal massintei começóme logo àlevantar ó ar. Aquilo foi uma luta terríbel, ca força dos impurrões inte pracia ca perna do Bratolomeu machigava às guelas e quase que já nem cunseguia respirar. Comecei a sintir um calor muta grande cá pre dentro e os muscalos todos inté pracia quiam arrebentar, intão virei-me prá Bánessinha e num gemido pedi-lhe pra majudar. Intão pra que vejam cumo ela é tã menhamiga, coitadinha, quase sem poder cas pernas alebantou-se e meteu-se de joelhos ao meu lado e cas mões deu-me massages nos pêtos e au mêmo tempo dávame bêjos pramacalmar. Foi assim que conseguir auguentar mais umas quantas estucadas da perna do Bratalameu, mas num auguentei todas preque passado um bocado, deume uma estrameceira cá predentro quinté vi tudo a andár á roda e parecia cu mundo tinha começado ándar à roda mais depressa e numauguentei, caí de lado que nem um tordo. Mas a perna do Bratalameu num se ficou a rir, precaminhamiga Bánessa, incheu-se daquela coragem que só ela tem e boltousamontar em cima da perna, inquanto gritaba, fodeme, fodeme, fodeme. Num precebi muto bem proquequela gritaba aquilo, mas sinti cá pre dentro que tinha de ajudar, intão fiz cumo ela me tinha feito a mim porque me senti muito bem. E foi assim cagente cunseguiu dobrar a perna ó Bratalameu, que passado um bocado, mándou dois safanões e um berro quinté pracia o burro da Tia Ámélia a zurrar.


[imagem gentilmente enviada por Paulo Vinhal]