Pois é, a verdade é que não cheguei a casar com qualquer um dos meus apaixonadíssimos pretendentes. E vou confidenciar-vos o meu segredo. Sempre que conhecia um dos meus românticos pretendentes, iniciava-se uma fase de perfeita magia, cobriam-me de atenções, declaravam-se apaixonadíssimos, incapazes de viver sem se encontrarem perto de mim, sem que respirassem o mesmo ar que eu respirava. Mais tarde ou mais cedo surgia inevitavelmente o desejo e com ele o primeiro beijo, apaixonadíssimo, geralmente sempre acompanhado de uma joia, ora um anel de rubis, ora um par de brincos de diamantes, ora um colar de preciosíssimas pérolas. Inevitavelmente também, chegava a altura em que os meus namorados impacientes, queriam sentir o meu corpo, queriam demonstrar-me aquela virilidade de que o Angélico anjinho fala, queriam como vulgarmente se designa, “saltar-me prá cueca”. Vou ser muito sincero, é óbvio que tal como a nossa querida Maria testemunha, eu também estava mortinha por isso. Mas… acontecia que, sempre que eu cedia aos avanços mais ou menos dissimulados dos meus apaixonados amantes e eles, incapazes de suster por mais tempo os seus ímpetos masculinos e se atiravam sofregamente ao meu corpo escaldantemente sensual, ao “enterrarem” as mãos por dentro das minhas calcinhas, buscando sofregamente o meu sexo e encontravam um pau extremente duro e prestes a estoirar de tesão… davam um grito, retiravam a mão como se tivessem tocado a cabeça de uma cobra venenosa e, desapareciam imediatamente, sem tão pouco exigirem a devolução das jóias que me tinham oferecido.
Aquela atitude dos meus amantes, começou a intrigar-me, sobretudo por ser sempre tão repetida e decidi tirar esta dúvida que me preocupava. Foi então que conheci a Nándinha, uma moça que tinha chegado do Puorto para vir estudar para Lisbuoa e ainda não tinha encontrado sítio para ficar. Conhecemos-nos num bar da Expo. Logo ao princípio achei a Nándinha uma simpatia e ela áchou o mesmo de mim, conversámos muito, ela contuou-me cumé quéra a bidinha dela lá no Puorto e eu cuntei-lhe cumé quéra a minha cá em Lisbuoa. A Nándinha ficuoue abismáda. Entretanto convidei-a para ficar em minha casa, morava nessa altura num soberbo apartamento na Lapa que me tinha sido oferecido por um namorado. A Nándinha adorou a casa e declarou-me que adorava viver num sítio assim para toda a vida. Entretanto decidimos que estava na hora de nos deitarmos, mostrei o quarto ao lado do meu à Nanada e ela adorou-o, disse-lhe que podia considerá-lo como seu, demos um beijinho de boa noite e entrámos cada uma no seu quarto.
Ainda não estaríamos deitadas há 10 minutos quando estalou uma tremenda trovoada. Logo de seguida ouvi bater na porta do meu quarto. Entra, respondi. Era a Nánda, tremia como váras verdes (ou seriam azuis, envernizadas?). Perguntou se se podia deitar comigo, que sentia orrores quando trovejava. Ri-me e afastei o edredon de um dos lados da cama, por onde Nánda se enfiou, sem ser preciso convidá-la. Estalou outro trovão e Nándinha de um salto agarrou-se a mim tremendo. Para lhe tentar transmitir alguma calma, comecei a falar-lhe de alguns dos locais maravilhosos onde já tinha estado e notei que apesar de a trovoada continuar, Nándinha encontrava-se muito mais calma. Sentia o seu corpo bem de encontro ao meu, porém novo trovão ribombou, mais forte que os anteriores e Nándinha de novo aterrada quase saltou para cima de mim, ficando com uma perna sobre a minha cintura. Para tentar de novo acalmá-la passei-lhe a mão num afago pelos cabelos curtos e sedosos, depois pelo rosto e a ternura que senti por aqueles olhos lindos levou-me num impulso a beijar-lhe os lábios ao de leve, depois apaixonadamente. Nándinha correspondeu ao meu beijo, em seguida foi ela que me beijou com mais intensidade, com mais sofreguidão, os lábios, o queixo o pescoço, o peito, a barriga, rapidamente senti que me beijava o sexo, aquele sexo rijo, ardente, explosivo, que todos os meus anteriores amantes tinham rejeitado como se fosse peçonhento. Depois de se demorar alguns minutos beijando e sugando a glande do meu marsápio, Nándinha levantou a camisa de dormir curtinha, em seda azul-bebé que eu lhe tinha emprestado e sentando-se sobre o meu ventre, segurou com uma das mãos o barrote, conduzindo-o para a sua fenda que transbordava imensamente. Depois, inclinou-se sobre mim, voltando a beijar-me o peito, o pescoço, a boca, os olhos, e enquanto executava movimentos longos e profundos de vai-e-vem, sussurrou-me ao ouvido “nunca tinha comido uma gaja tão boa como tu”.
Foi assim que Nándinha descobriu a cura para o medo de trovoada e eu… descobri que afinal sou é munta lésbica!!!
[Imagens gentilmente enviadas por JJ]